segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Licitação milionária da Seduc MA suspeita de ser dirigida


A licitação, na modalidade pregão, para contratar empresas de serviço de impressão para a Secretaria Estadual da Educação, no valor estimado de R$ 1.056.070,32 (hum milhão cinquenta e seis mil e setenta reais e trinta e dois centavos), podendo chegar a valores superiores a R$ 5 milhões, prevista para acontecer no dia 10 de novembro pode estar sendo direcionada para beneficiar uma grande multinacional.
As evidências das irregularidades são muito fortes. O Blog teve acesso ao Edital do pregão previsto para acontecer no dia 10 às 14h30 e seu respectivo Termo de Referência, que detalha o objeto da compra.
É exatamente o Termo de Referência que revela a suposta fraude. O documento traz detalhes de especificações técnicas que foram copiadas de catálogos de um determinado fabricante.
Exigências tais como dimensão (largura X profundidade X altura) tamanho da máquina, tempo da primeira impressão, temperatura do equipamento, são itens totalmente dispensáveis para esse tipo de serviço que tem como produto final a cópia de documentos, uma vez que cada fabricante tem sua própria tecnologia, mas o produto final é o mesmo.
Algumas dessas exigências, conforme apurou o blog, se enquadram a apenas um tipo de fabricante, levantando a suspeita sobre o direcionamento da licitação, prejudicando a concorrência.
O blog ouviu lojistas do setor e todos foram unânimes em afirmar que o que deveria ser levado em conta na contratação de empresas fornecedoras de copias, por exemplo, velocidade da impressão da máquina, formato do papel (A4 ou A3), ampliação e redução, frente e verso automático e resolução, itens básicos para uma disputa saudável de preços entre diversos fabricantes.
O resto, por ser um órgão público, deve prevalecer o critério do menor preço. Ao fazer uma série de exigências e detalhamentos técnicos no Termo de Referência a Comissão de Licitação da SEDUC restringe a concorrência, levantando a suspeita sobre o direcionamento para a contratação de um determinado fabricante, que preencha os requisitos previstos.

Aldo Rebelo assume Esporte com desafio de limpar imagem do PCdoB

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) assume nesta segunda-feira o Ministério do Esporte, com o desafio de limpar a imagem de seu partido, afetada pelas denúncias de corrupção que atingiram a pasta, que vem sendo comandada pelos comunistas desde o governo Lula.
Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é o novo ministro do Esporte. Foto: AE
Na tentativa de tomar pé da situação em que se encontra o ministério, que até semana passada tinha à frente Orlando Silva, Aldo aproveitou o fim de semana para começar a analisar contratos sob suspeita fechados com organizações não governamentais (ONGs) ligadas a militantes do PCdoB.

Por causa das denúncias de irregularidades nos repasses a ONGs no ministério, Dilma suspendeu as verbas para ONGs em todos os órgãos do governo.
A disposição de Aldo era tomar posse nesta segunda já com parte da nova equipe nomeada. Com carta branca da presidente Dilma Rousseff, ele não pretendia consultá-la para escolher nem mesmo seu secretário-executivo, exigência feita a outros colegas de Esplanada que assumiram seus postos em circunstâncias parecidas. Tampouco o novo ministro estava disposto a restringir suas escolhas aos quadros do PCdoB. Ele antecipou na última sexta-feira ao GLOBO que o critério que usaria para convidar seus principais assessores não seria partidário.
- Os critérios serão o de afinidade com os objetivos e os desafios do ministério, assim como a capacidade executiva dos meus futuros assessores. Não vou levar em conta, a priori, se o escolhido é do PCdoB ou não. As nomeações não serão feitas em função da filiação partidária, mas do currículo – garantiu o ministro.
Ministro promete apoio à CGU, ao TCU e à Polícia Federal
Dentro desse espírito, o novo ministro promete dar total e irrestrito apoio às investigações em curso para apurar irregularidades na pasta, prometendo subsidiar no que puder as ações da Controladoria Geral da União (CGU), do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Polícia Federal, além das sindicâncias internas. E reagiu com humor à recomendação do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) para que não tenha medo de “cortar na própria carne”, caso seja confirmada a participação de alguns de seus correligionários em malfeitos.
- Eu não sou açougueiro – brincou o ministro.
Uma das prioridades do novo ministro será corresponder às expectativas da população brasileira e do mundo em relação à Copa de 2014. Por isso, pretende cuidar pessoalmente das negociações e da votação da Lei Geral da Copa, que tem provocado enfrentamento entre a Fifa e o governo brasileiro. Uma das polêmicas se deve à proposta patrocinada pelo seu partido, para que estudantes tenham direito à meia entrada nos jogos.
- A Lei Geral da Copa será uma referência jurídica para todos os envolvidos na organização do evento: a Fifa, a CBF e os patrocionadores. Ela dará uma segurança jurídica. Sobre a meia entrada, o que posso assegurar é que a posição do governo será a minha.

Avião que ia para o Piauí pousa no Maranhão por engano

Um avião da Azul que fazia o trajeto entre Fortaleza (CE) e Teresina (PI), neste domingo (30), pousou em um aeroporto no Maranhão por engano, segundo a companhia.
O avião fazia o voo 9136 e deveria pousar no aeroporto Senador Petrônio Portella. Entretanto, acabou parando no aeroporto privado Domingos Rêgo, em Timon, a 6 km de distância do local correto.
A Azul afirma que, quando percebeu o erro, a tripulação decolou novamente e pousou em Teresina às 13h05. Segundo a companhia, o equívoco causou atraso de 20 minutos.
A empresa aérea informou que, depois do engano, o voo seguiu sua programação e decolou com destino a São Luiz do Maranhão, Belo Horizonte e Campinas.
As causas do erro estão sendo apuradas, segundo a companhia.

sábado, 29 de outubro de 2011

Especialistas alertam para perigo do risco de dengue no Maranhão

SÃO LUÍS - Especialistas alertam para o perigo do risco de dengue, mesmo fora do período de chuvas. É que os ovos que dão origem ao mosquito transmissor da doença podem resistir por mais de um ano. E uma simples chuva, como a que atingiu a capital no início da tarde deste sábado (29), pode ser suficiente para que o mosquito se reproduza.




Mesmo com muitas campanhas de combate à doença, muita gente ainda ignora o perigo da dengue. Lixo nas ruas, recipientes que acumulam água: em uma rua na Ilhinha, mais um amontoado de pneus velhos, alguns com água parada. Tudo o que o mosquito Aedes aegypti precisa para se procriar.
Segundo os especialistas, mesmo sem chuva, os ovos que dão origem ao mosquito da dengue podem resistir por mais de um ano. Quando começa a chover o perigo aumenta. Os recipientes que acumulam água funcionam como criadouros do mosquito.
Segundo a infectologista Rosângela Cipriano, os cuidados com a prevenção da dengue não devem ser esquecidos mesmo no período seco, em que há redução de casos. Ainda segundo ela, é importante também ficar atento aos sintomas mais graves da doença, a hemorrágica, que pode levar à morte.
Este ano, 16 pessoas morreram vítimas de dengue no Maranhão, a maioria do tipo hemorrágica. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o número de casos subiu de 5.987, de janeiro a outubro de 2010, para mais de 13.083, no mesmo período deste ano. Cerca de 70% das notificações foram nas regiões: metropolitana (5.453), Imperatriz (1.098), Chapadinha (712), Caxias (699) e região de Barra do Corda (433).
A própria SES admite que um dos fatores que contribuíram para o aumento do número de casos foi a negligência de alguns municípios no combate à doença. O registro de cinco casos de dengue tipo quatro no Maranhão, este ano, deixou as autoridades em alerta para um risco de epidemia no próximo período de chuvas.

Ex-presidente Lula está com câncer na laringe, diz hospital

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou exames neste sábado (29) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tendo sido diagnosticado um tumor localizado de laringe.

Segundo o hospital, após avaliação multidisciplinar, foi definido tratamento inicial com quimioterapia, que será iniciado nos próximos dias.
“O paciente encontra-se bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial”, diz nota do Sírio-Libanês.
Lula é ex-fumante e tinha o hábito de fumar cigarrilhas.
A assessoria do ex-presidente confirmou a informação sobre a doença, mas informou ainda não ter mais detalhes.
Leia a íntegra da nota do hospital


“BOLETIM MÉDICO
29/10/2011
11h00

O Ex-Presidente da República, Sr. Luís Inácio Lula da Silva realizou exames no dia de hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tendo sido diagnosticado um tumor localizado de laringe.
Após avaliação multidisciplinar, foi definido tratamento inicial com quimioterapia, que será iniciado nos próximos dias. O paciente encontra-se bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial.
A equipe médica que assiste o Ex-Presidente é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Gilberto Castro e Rubens V. de Brito Neto.
Dr. Antonio Carlos Onofre de Lira
Diretor Técnico Hospitalar

Dr. Paulo Cesar Ayroza Galvão
Diretor Clínico”

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vasco faz 8 a 3 no Aurora e avança na Sul-Americana

Vasco humilha Aurora e avança na Sul-Americana
O Vasco conseguiu a classificação na Copa Sul-Americana. Mesmo com um time misto, o campeão da Copa do Brasil goleou o Aurora, na noite desta quarta-feira, em São Januário, por 8 a 3. Bernardo e Alecsandro, com dois gols cada, foram os destaques da partida. O atacante, depois de perder um gol feito que resultou no contra-ataque e no empate do time boliviano no primeiro tempo, balançou a rede mais duas vezes e deu passe para o quarto, marcado por Leandro.

No primeiro jogo, na altitude de Cochabamba, o Aurora ganhou por 3 a 1, obrigando os vascaínos a vencer por 2 a 0 ou por três gols de diferença. Juninho, Douglas e Allan completaram o placar para o cruzmatino. Agora, as atenções se voltam para o Campeonato Brasileiro. Domingo, o líder da competição, com 57 pontos, recebe o São Paulo, às 16h, em São Januário.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pan Americano 2011 - Quadro de medalhas até o momento

Brasileiras ficam sem medalha na competição individual da ginástica artística


R7 - Após dois dias de competições, a seleção brasileira feminina de ginástica artística continua sem medalha nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Na final do individual geral, disputada nesta quarta-feira (26), Daniele Hypolito e Adrian Nunes ficaram fora do pódio. O ouro ficou com os EUA, a prata com a Guatemala e o bronze com o Canadá.

Na prova de hoje, 24 atletas competiram nos quatro aparelhos (salto, assimétricas, trave e solo) para ganhar o título de ginasta mais completa das Américas.Assim como na disputa por equipes, quando o Brasil ficou apenas na quinta colocação, as brasileiras ficaram sem medalha hoje perdendo a medalha por causa de quedas.

Governo confirma saída de Orlando Silva

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, confirmou há pouco que o ministro do Esporte, Orlando Silva, vai mesmo deixar o governo. Ele disse que a forma como se dará a saída de Orlando será definida na reunião a ser realizada no início da noite desta quarta-feira, 26, com a presidente Dilma Rousseff. 'A abertura de inquérito pelo Supremo (Supremo Tribunal Federal) foi fator determinante para a mudança da situação', disse Carvalho.
Segundo Carvalho, o mais provável é que haja uma interinidade na Pasta. 'É o mais provável'. Ele disse ainda que a tendência é de que o cargo continue nas mãos do PCdoB. Carvalho não quis falar em nomes e elogiou o ministro Orlando Silva. 'Orlando teve uma atitude madura. Eu respeito e louvo a atitude do PCdoB', disse o ministro relatando a conversa que teve na manhã de desta quarta com Orlando Silva e com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
O encontro de Dilma com o ministro do Esporte será realizado logo mais, no Palácio do Planalto, após o encontro da presidente com representantes do grupo PSA Peugeot Citröen.
Dia de expectativa. Mais cedo, após reunião para definir um posicionamento do partido, Rabelo afirmou que o PCdo B está tranquilo e que Orlando Silva foi atacado injustamente. 'É um ministro jovem, com grande êxito no Ministério, foi atacado de forma injusta em uma tentativa de expô-lo', afirmou. 'Vamos tratar a questão politicamente. Já enfrentamos desafios, embates muito mais complicados do que esse', disse.
Na manhã desta quarta, Orlando Silva ficou reunido por quase duas horas com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto. 'Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Orlando é um ministro que está saindo desde ontem', resumiu ao Estado um assessor da Presidência.
A ministra Carmem Lúcia do STF, atendendo o pedido feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, mandou nesta terça-feira, 25, abrir inquérito para investigar Orlando Silva. Participaram também da reunião desta manhã o presidente do PC do B (partido do ministro), Renato Rabelo, e os líderes do partido na Câmara, Osmar Júnior (PI) e no Senado, Inácio Arruda (CE).
Desde a tarde desta terça, Carvalho discutia com o PC do B o destino de Orlando Silva. O próprio Carvalho admitiu que a presidente Dilma Rousseff acompanhava atentamente as denúncias contra Orlando, e manifestou preocupação com a avalanche de acusações. 'O quadro é de observância justa e preocupada', disse Carvalho. Entre os nomes considerados para assumir a pasta estariam o da ex-prefeita de Olinda (PE), a deputada Luciana Santos, e o deputado Aldo Rebelo, ambos do PCdoB.
Dilma demite. A decisão da direção do PC do B era de que Orlando fosse demitido pela presidente, para deixar claro que ele não se demitiu e não assume responsabilidade por participação no esquema de desvio de verba pública envolvendo os programas do Ministério do Esporte, principalmente o Segundo Tempo e Pintando a Cidadania.
Com a saída de Orlando Silva, são seis os ministros que deixaram o governo Dilma. Nos dez primeiros meses do primeiro ano do mandato da presidente Dilma, cinco ministros entregaram o cargo, quatro deles envolvidos em denúncias de corrupção

Servidores estaduais serão brindados com feriadão

Servidores serão brindados com um feriadão de cinco dias. Primeiro dia do mês de novembro será facultativo.

Confirmado: o feriado referente ao dia dos servidores públicos, (28.10) foi transferido para o dia 31 (segunda-feira) conforme decreto assinado pela governadora Roseana Sarney.

No mesmo documento está estabelecido que o primeiro dia do mês de novembro (terça-feira) será facultativo, excetuando-se da medida os órgãos que prestam serviços essenciais à população.
Dessa forma, os profissionais que exercem atividades no âmbito do serviço público estadual deverão trabalhar na sexta-feira (28). Entretanto, os barnabés serão brindados com um feriadão de cinco dias: sábado (29/10), domingo (30/10), segunda (31/10), terça (01/11) e quarta-feira (02/11), dia de finados.

sábado, 8 de outubro de 2011

SAI RESULTADO PARCIAL DO CONCURSO DE BOM JARDIM

Confira o resultado do concurso Público Municipal de Bom Jardim-MA no link abaixo:

http://www.apoioconsultoria-ma.com.br/concursos1.php?id=5

Aprovada prestações de conta do ex-prefeito Chico Coco


Na manhã do dia 7 (sete), a maioria dos vereados presentes na sessão da câmara municipal de Lago Verde aprovaram a prestação de contas do ex-prefeito Chico Coco, possibilitando-o a concorrer as próximas eleições.
Envio uma pergunta aos eleitores lagoverdense.

Será que vale apena votar nesses “políticos” que estão ou passaram pelo poder em nosa cidade?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Apple está de luto, morre Steve Jobs

Morreu nesta quarta-feira (5) aos 56 anos o empresário Steven Paul Jobs, criador da Apple, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPad, o iPhone e o iPad.
Idolatrado pelos consumidores de seus produtos e por boa parte dos funcionários da empresa que fundou em uma garagem no Vale do Silício, na Califórnia, e ajudou a transformar na maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado, Jobs foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia. Acreditava que computadores e gadgets deveriam ser fáceis o suficiente para ser operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um de seus bordões prediletos era “simplesmente funciona” (em inglês, “it just works”), impacto que foi além de sua companhia e ajudou a puxar a evolução de produtos como o Windows, da Microsoft.
A luta de Jobs contra o câncer desde 2004 o deixou fisicamente debilitado nos anos de maior sucesso comercial da Apple, que escapou da falência no final da década de 90 para se transformar na maior empresa de tecnologia do planeta. Desde então, passou por um transplante de fígado e viu seu obituário publicado acidentalmente em veículos importantes como a Bloomberg.
Foi obrigado a lidar com a morte, que temia, como a maioria dos americanos de sua geração, desde os dias de outubro de 1962 que marcaram o ápice da crise dos mísseis cubanos. “Fiquei sem dormir por três ou quatro noites porque temia que se eu fosse dormir não iria acordar”, contou, em 1995, ao museu de história oral do Instituto Smithsonian.
“Ninguém quer morrer”, disse, posteriormente, em discurso a formandos da universidade de Stanford em junho de 2005, um feito curioso para um homem que jamais obteve um diploma universitário. “Mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. E, por outro lado, a morte é um destino do qual todos nós compartilhamos. Ninguém escapa. É a forma como deve ser, porque a morte é provavelmente a melhor invenção da vida. É o agente da vida. Limpa o velho para dar espaço ao novo.”
Home da Apple (Foto: Reprodução)Na página da Apple, foto em homenagem ao
fundador (Foto: Reprodução)
Homem-zeitgeist
A melhor invenção da vida, nas palavras do zen-budista Jobs, deixa a indústria da tecnologia órfã de seu “homem-zeitgeist”, ou seja, o empresário que talvez melhor tenha capturado a essência de seu tempo. Jobs apostou na música digital armazenada em memória flash quando o mercado ainda debatia se não seria mais interessante proteger os CDs para fugir da pirataria.
Ele acreditou que era preciso gastar poder computacional para criar ambientes gráficos de fácil utilização enquanto as gigantes do setor ainda ensinavam usuários a editar o arquivo “AUTOEXEC.BAT” para configurar suas máquinas. Ele viu a oportunidade de criar smartphones para pessoas comuns ao mesmo tempo em que o foco das principais fabricantes era repetir o sucesso corporativo do BlackBerry.
Sob o comando de Jobs, a Apple dizia depender muito pouco de pesquisas de mercado. “Não dá para sair perguntando às pessoas qual é a próxima grande coisa que elas querem. Henry Ford disse que, se tivesse questionado seus clientes sobre o que queriam, a resposta seria um cavalo mais rápido”, afirmou, em entrevista à revista “Fortune” em 2008. Em 2010, quando perguntado sobre quanto a Apple havia gasto com pesquisa com consumidores havia sido feito para a criação do iPad, Jobs respondeu que “não faz parte do trabalho do consumidor descobrir o que ele quer. Não gastamos um dólar com isso.”
Nem sempre esta habilidade garantiu o sucesso da Apple, como na primeira versão da Apple TV, computador adaptado para trabalhar com central multimídia que não conseguiu um volume de vendas relevantes. Mas Jobs conseguia minimizar os fracassos: no caso da Apple TV, ele dizia que se tratava de um “hobby”, um projeto pessoal que não fazia tanta diferença nos planos da empresa.
Perfeccionista e workaholic, Jobs gostava de controlar todos os pontos da produção da Apple, resistindo, inclusive, à decisão de terceirizar gradativamente a fabricação dos produtos da companhia para fabricantes chineses – plano proposto e executado pelo agora novo comandante da companhia, Tim Cook, e que se mostrou acertado.
Conhecido como um “microgerente”, nenhum produto da Apple chegava aos consumidores se não passasse pelo padrões Jobs de qualidade e de excentricidade. Isso incluía, segundo relatos, o número de parafusos existentes na parte inferior de um notebook e a curvatura das quinas de um monitor. No dia do anúncio de que Jobs estava deixando o comando da Apple, Vic Gundotra, criador do Google Plus, contou que recebeu uma ligação do presidente da Apple no domingo para pedir que fosse corrigida a cor de uma das letras do ícone do atalho do Google no iPhone.
Steve Jobs anunciou que deixará cargo de presidente da Apple (Foto: Reuters)Steve Jobs durante apresentação de produto
da Apple nos EUA (Foto: Reuters)
Na busca por produtos que fossem de encontro com seu padrão de qualidade pessoal, Jobs era criticado em duas frentes. Concorrentes e boa parte dos consumidores que tentavam fugir da chamado “campo de distorção da realidade” criado pela Apple reclamavam das diversas decisões que faziam dos produtos da companhia um “jardim fechado”, incompatíveis com o resto do mundo e restritos a normas que iam além de restrições tecnológicas. Tecnicamente sempre foi possível instalar qualquer programa no iPhone, mas a Apple exige que o consumidor só tenha acesso aos programas aprovados pela companhia.
Internamente, entre alguns de seus funcionários, deixou a imagem de “tirano”. Alan Deutschman, autor do livro “The second coming of Steve Jobs”, afirma que, ao lado do “Steve bom”, o mago das apresentações tão aguardadas pelo didatismo e capacidade de aglutinar o interesse do consumidor, também existia o “Steve mau”, um sujeito que gostava de gritar, humilhar e diminuir qualquer pessoa que lhe causasse algum tipo de desprazer.
Ao jornal “The Guardian”, um ex-funcionário que trabalhou na Apple por 17 anos comparou a convivência com Steve com à sensação de estar constantemente na frente de um lança-chamas. À revista “Wired”, o engenheiro Edward Eigerman afirmou: “mais do que qualquer outro lugar onde já trabalhei, há uma grande preocupação sobre demissão entre os funcionários da Apple”. A mesma publicação contou que o diretor-executivo não via problemas em estacionar sua Mercedes na área da empresa reservada aos deficientes físicos — às vezes, ele ocupava até dois desses espaços.
Jobs também sempre precisou de um “nêmesis”, um inimigo que ele satanizava e ridicularizava em público como contraponto de suas ações na Apple. O primeiro alvo foi a IBM, com quem disputou o mercado de computadores pessoais principalmente no início dos anos 80. Depois, a Microsoft, criadora do MS-DOS e do Windows. Mais recentemente, Jobs vinha mirando o Google, gigante das buscas na internet cujo presidente chegou a fazer parte do conselho de administração da Apple, e que investiu no mercado de sistemas para smartphones com o Android. Jobs ordenou que a Apple lutasse, mesmo que judicialmente, contra o programa que ele considerava um plágio do iOS, coração do iPhone e do iPad.
Steve Jobs (Foto: Kimberly White/Reuters)Steve Jobs (à direita), ao lado do antigo sócio
Steve Wozniak (Foto: Kimberly White/Reuters)
Do LSD ao Mac
O sucesso empresarial de Jobs é ainda um dos principais resquícios da transformação da contracultura dos anos 60 e 70 em mainstream nas décadas seguintes. A companhia que hoje briga para ser a maior do mundo foi fundada após Jobs ir à Índia em 1973 em busca do guru Neem Karoli Baba. O Maharaji morreu antes da chegada de Jobs, mas o americano dizia que havia encontrado a iluminação no LSD.
“Minhas experiências com LSD foram uma das duas ou três coisas mais importantes que fiz em minha vida”, disse, em entrevista ao “New York Times”. Depois, afirmou que seu rival, Bill Gates, seria “uma pessoa (com visão) mais ampla se tomasse ácido uma vez”. O LSD foi a mesma droga que fascinara o inventor do mouse e precursor do ambiente gráfico, Douglas Englebart, cerca de dez anos antes de Jobs.
Coincidentemente foram o mouse e o ambiente gráfico os inventos que chamaram a atenção de Jobs na fatídica visita ao laboratório da Xerox em Palo Alto, em 1979. É uma das histórias mais contadas e recontadas do Vale do Silício, e as versões variam entre acusações de espionagem industrial à simples troca pela Apple de patentes que a Xerox não teria interesse em desenvolver por ações da companhia, que abriria seu capital no ano seguinte.
Fato é que a equipe de Jobs voltou da visita encantada com a metáfora do “desktop” utilizada pelo Xerox Alto. A integração entre ícones representando cada uma das funções do computador, acessadas por meio de uma seta comandada por um mouse, foi a base do Apple Lisa e, posteriormente, do Macintosh.
Steve Jobs (Foto: Robert Galbraith/Reuters)Steve Jobs, em uma das últimas aparições à frente
da Apple (Foto: Robert Galbraith/Reuters)
Com o “Mac”, enfim, Jobs conseguiu colocar em prática a visão de que havia desenvolvido em parceria com o amigo e sócio Steve Wozniak, responsável pela criação das soluções técnicas que fizeram dos primeiros computadores da Apple máquinas que mudaram o cenário da computação “de garagem” que vinha se desenvolvendo nos Estados Unidos nos anos 70. Agora, 8 anos após a fundação da empresa, Jobs e “Woz” apresentavam um computador que não era feito para “o restante de nós”.
“Algumas pessoas acreditam que precisamos colocar um IBM PC sobre cada escrivaninha para melhorarmos a produtividade. Não vai funcionar. As palavras mágicas especiais que você precisa aprender são coisas como ‘barra Q-Z’. O manual para o WordStar, processador de texto mais popular, tem 400 páginas. Para escrever um livro, você precisa ler um livro – e um que parece um mistério complexo para a maioria das pessoas”, afirmou Jobs em entrevista publicada pela Playboy americana de fevereiro de 1985.
Na frase, Jobs demostra que queria enfrentar a IBM, gigante nascida no início do século e que, depois de dominar o mercado de servidores corporativos, queria tomar também o setor de computadores pessoais. Para ele, as máquinas da IBM eram feitas “por engenheiros e para engenheiros”, e havia a necessidade de criar algo para o “restante”, ou, como diria a famosa campanha “Pense diferente” da Apple de 1997, um computador para “os loucos, os desajustados, os rebeldes (..), as peças redondas encaixadas em buracos quadrados”.
Saída da própria empresa
Mas o sucesso do Mac – que viria posteriormente a impulsionar a adoção de ambientes gráficos até mesmo entre os computadores da IBM (com o Windows, criado pela Microsoft) – não evitou que Jobs acabasse demitido de sua própria companhia. As disputas internas entre equipes que queriam investir no mercado corporativo e as que apostavam apenas no consumidor fizeram com que John Sculley, vindo da Pepsi à convite do próprio Jobs, convencesse o conselho de administração de que era hora da empresa se livrar de seu fundador.
Durante a década em que esteve fora, Jobs fez dois investimentos que acabaram, de maneiras diferentes, alavancando o mito em torno de seu “toque de midas”. No primeiro, pagou US$ 10 milhões pela problemática divisão de computação gráfica da LucasFilm, empresa de George Lucas responsável por franquias do cinema como Star Wars e Indiana Jones. A nova empresa foi batizada de Pixar, e após emplacar sucessos como “Toy story”, “Vida de inseto”, “Monstros S.A.” e “Procurando Nemo”, acabou sendo adquirida pela Disney por US$ 7,4 bilhões em 2006. No processo, Jobs se transformou no maior acionista individual da companhia de Mickey Mouse.
O outro investimento foi a semente não apenas do retorno de Jobs à Apple, mas teve relação direta com o surgimento da World Wide Web, invenção que impulsionou o crescimento da internet no mundo. Com a NeXT, Jobs desenvolveu computadores poderosos indicados para o uso educacional e desenvolvimento de programas. Um terminal NeXT foi usado por Tim Berners-Lee como o primeiro servidor de web do mundo, em 1991. Em dezembro de 2006, a Apple adquiriu a NeXT, manobra que serviu para incorporar tecnologias ao grupo e trazer Jobs de volta para o comando da companhia.
Steve Jobs (Foto: Kimberly White/Reuters)Steve Jobs com seu sucessor no comando da
Apple, Tim Cook (Foto: Kimberly White/Reuters)
O retorno de Jobs marca o início de uma era de crescimento para a Apple incomum na história do capitalismo americano. A sequência de sucessos – alguns atrelados a mudanças no paradigma de mercados importantes – inclui o MacBook, o tocador digital iPod, a loja virtual iTunes, o iPhone e o iPad. A maioria destes produtos veio de ideias impostas pelo próprio Jobs. À revista “Fortune”, em 2008, Jobs falou sobre sua tão aclamada criatividade – “sempre aliada ao trabalho duro”, como ele mesmo enfatizou. “Não dá para sair perguntando às pessoas qual é a próxima grande coisa que elas querem. Henry Ford disse que, se tivesse questionado seus clientes sobre o que queriam, a resposta seria um cavalo mais rápido.”
Nesta segunda passagem, Jobs reforçou ainda o legado de um empresário ímpar, que impunha uma visão holística na criação, desenvolvimento e venda de seus produtos, Do primeiro parafuso ao plástico que embalaria a caixa de cada aparelho, passando por custo, publicidade, estratégia de vendas.
Sigilo na vida pessoal
A mesma discrição que Jobs impunha na vida profissional – os lançamentos da Apple sempre foram tratados como segredo, aumentando a gerar um movimento de especulação que acabava servindo como publicidade gratuita – foi adotada em sua vida pessoal. Por isso, a luta do executivo contra o câncer no pâncreas foi tratada com muito sigilo, dando margem a uma infinidade de boatos.
Em 2004, Jobs fez tratamento após descobrir um tipo raro da doença. Durante o ano de 2008, Jobs foi aparecendo cada vez mais magro e os boatos aumentaram, até que ele anunciou em janeiro de 2009 seu afastamento da diretoria da empresa para cuidar da saúde. No início de 2011, novo afastamento, até que, em agosto, Jobs deixou de vez o comando da Apple. “Eu sempre afirmei que se chegasse o dia em que eu não fosse mais capaz de cumprir minhas obrigações e expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a informá-los disso. Infelizmente, este dia chegou”, afirmou, em comunicado.
A vida reservada fez, por exemplo, que Jobs não tivesse contato direto com sua família biológica. Nascido em 24 de fevereiro de 1995 em San Francisco, filho dos então estudantes universitários Abdulfattah John Jandali, imigrante sírio e seguidor do islamismo, e Joanne Simpson, foi entregue à adoção quando sua mãe viajou de Wisconsin até a Califórnia para dar à luz.
Segundo o pai biológico, os sogros não aprovavam que sua filha se casasse com um imigrante muçulmano. Lá, ele foi adotado por Justin e Clara Jobs, que moravam em Mountain View. Seus pais biológicos depois se casaram e tiveram uma filha, a escritora Mona Simpson, que só descobriu a existência do irmão depois de adulta.
Do pai adotivo, herdou a paixão de montar e desmontar objetos. Assim como Paul, Steve não chegou a ser um especialista em eletrônicos, mas ao aprender os conceitos básicos conseguiu se aproximar das pessoas certas no lugar certo. Vivendo no Vale do Silício, conheceu Steve Wozniak, gênio criador do primeiro computador da Apple. Trabalhou na Atari até decidir criar, com Woz, sua própria empresa.
Em mais uma conexão com a contracultura, Jobs teria tido um relacionamento de curta duração com a cantora folk Joan Baez, ex-namorada do ícone da música Bob Dylan, talvez o maior ídolo do empresário.
Casado com Laurene Powell desde 1991, Jobs deixa quatro filhos: Reed Paul, Erin Sienna, e Eve, nascidos de seu relacionamento com Laurene, e Lisa Brennan-Jobs, de um relacionamento anterior com a pintora Chrisann Brennan.

Morre Steve Jobs, fundador da Apple

Morreu nesta quarta-feira (5) aos 56 anos o empresário Steven Paul Jobs, criador da Apple, maior empresa de capital aberto do mundo, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad.

Idolatrado pelos consumidores de seus produtos e por boa parte dos funcionários da empresa que fundou em uma garagem no Vale do Silício, na Califórnia, e ajudou a transformar na maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado, Jobs foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia. Acreditava que computadores e gadgets deveriam ser fáceis o suficiente para ser operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um de seus bordões prediletos, que era "simplesmente funciona" (em inglês, "it just works"). O impacto desta visão foi além de sua companhia e ajudou a puxar a evolução de produtos como o Windows, da Microsoft.