Do O Imparcial
Apesar dos avanços, os maranhenses ainda enfrentam uma dura
realidade, pois têm a segunda pior média de renda mensal do Brasil,
segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2011,
divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). De acordo com o estudo, o rendimento médio no estado é de apenas
R$ 602,00, vindo em último lugar o Piauí, onde esta renda mensal é de
R$ 600,00, enquanto no Distrito Federal, o primeiro colocado, esta média
é de R$ 2.623.
De acordo com a pesquisa, os maranhenses com idade acima dos 10 anos
são 5 milhões 422 mil, sendo que deste 3 milhões 136 mil estão na idade
economicamente ativa. Quando da realização da pesquisa, 2 milhões 937
mil estavam ocupados, sendo que destes 23,26%, ou seja, 683 mil não tem
instrução ou têm no máximo um ano de estudo. O percentual dos que têm
mais de 15 anos de estudo é de apenas 5,31%, isto é, 156 mil. Instruídos
de um a três anos são 281 mil (9,58%), de quatro a sete anos, 581 mil
(19,79%), de oito a dez anos, 451 mil (15,37%), de onze a quatorze anos
781 mil (26,58%).
De acordo com o PNAD, 1 milhão 270 mil maranhenses, ou seja, 43,24%
da população economicamente ativa, vivem com uma renda de no máximo um
salário mínimo, sendo que 575 mil (19,57%) ganham até meio salário
mínimo. Situação agravante é de 744 mil (25,33%) que não tem renda
nenhuma. Apenas 7 mil (0,25%) vivem com renda acima de 20 salários
mínimos.
O estudo também apontou que o Maranhão é o estado menor índice de
domicílio com computadores ligados à internet, vindo à sua frente o
Piauí com 12,82%, Pará (15,96%), Alagoas (18,53%) e Ceará (18,56%)
formando o grupo dos cinco piores. Distrito Federal (60,39%), São Paulo
(51,83%), Santa Catarina (46,77%), Rio de Janeiro (45,14%) e Paraná
(41,86%) formam o grupo dos cinco melhores pontuados.
Pesquisa
O rendimento médio mensal real do trabalhador brasileiro cresceu 8,3%
entre 2009 e 2011. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios 2011 (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o valor chegou a R$ 1.345. Os maiores
aumentos no rendimento foram registrados nas regiões Nordeste (10,7%) e
Centro-Oeste (10,6%), sendo esta última a que concentra o maior valor do
país: R$ 1.624. Já a Nordeste, apesar do crescimento, continuou sendo a
que apresenta o pior rendimento médio: R$ 910.
Além disso, segundo a Pnad, os rendimentos registraram maior
crescimento entre os mais pobres. A parcela dos 10% mais pobres da
população teve o maior aumento (29,2%), enquanto o 1% mais rico teve
4,3% de crescimento. Com isso, a diferença entre os dois estratos
populacionais caiu, apesar de continuar grande. De acordo com a
pesquisa, a média dos rendimentos dos mais ricos era 87 vezes maior do
que a dos mais pobres, em 2011. Em 2009, a proporção era 107.
“A gente observa que os maiores aumentos aconteceram, de forma geral,
nas classes de rendimento mais baixo. Isto é, as pessoas que recebiam
menos tiveram mais ganhos do que aquelas que recebiam mais. Isso tem um
reflexo direto no índice de concentração de rendimentos, que a gente
mede por meio do índice de Gini. Quase todas as regiões do país tiveram
redução desse índice”, disse a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira.
O índice de Gini varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a
desigualdade na distribuição de renda na região. O índice brasileiro
caiu de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011.
“Isso vem acontecendo nos últimos anos principalmente em virtude dos
elevados aumentos do salário mínimo. O salário mínimo puxa a parte de
baixo [dos estratos de renda]. Embora o salário daquele pessoal mais
pobre nem chegue a um salário mínimo, ele serve como referência e puxa
um aumento para cima”, diz Fernando de Holanda, economista do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A queda do índice de Gini ocorreu em quatro regiões brasileiras. A
exceção foi a Norte, onde a média do rendimento dos mais pobres se
afastou da dos mais ricos. No Norte, o índice subiu de 0,488 para 0,496,
mostrando que a desigualdade na distribuição de renda aumentou.
A Pnad mostrou ainda que as diferenças de rendimento entre homens e
mulheres persistem no país, apesar de terem diminuído entre 2009 e 2011.
O rendimento médio das mulheres, em 2011, foi R$ 997, ou seja, 70,4% da
média recebida pelos homens (R$ 1.417). Em 2009, o valor recebido pelas
mulheres representava apenas 67,1% do rendimento masculino.
Na avaliação por categorias de emprego, os militares e empregados
públicos estatutários tinham rendimento médio de R$ 2.289, enquanto o
dos trabalhadores domésticos sem carteira assinada era R$ 424. Nas
demais categorias, os rendimentos observados pela Pnad foram: empregados
com carteira assinada (R$ 1.303), empregados sem carteira assinada (R$
829) e trabalhador doméstico com carteira assinada (R$ 693).
SAIBA MAIS
O Rendimento de trabalho cresceu 8,3% em dois anos.Em 2011, o rendimento
médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais
de idade, ocupadas e com rendimento, cresceu 8,3% em relação a 2009,
passando de R$ 1.242,00 para R$ 1.345,00. Todas as grandes regiões
tiveram aumento: Norte (7,7%; R$ 1.100,00), Nordeste (10,7%; R$ 910,00),
Sudeste (7,9%; R$ 1.522,00), Sul (4,0%; R$ 1.461,00) e Centro-Oeste
(10,6%; R$ 1.624,00). Quando consideradas todas as fontes, o rendimento
médio mensal real das pessoas com rendimento apresentou ganho de 4,6%,
atingindo o valor de R$1.279,00. O rendimento médio mensal real dos
domicílios particulares permanentes com rendimento foi estimado em R$
2.419,00 em 2011, representando um ganho real de 3,3% em relação ao de
2009 (R$ 2.341,00). Todas as classes de rendimento tiveram crescimento,
especialmente as classes mais baixas, o que resultou na diminuição da
concentração, representada pela queda do índice de Gini de 0,509 em 2009
para 0,501 em 2011. Houve aumento do rendimento domiciliar em todas as
grandes regiões, sendo que o Centro-Oeste apresentou o maior aumento
(6,6%), além de ser, entre as regiões, a que possuía o maior valor (R$
2.936,00). O Nordeste registrou a menor variação (2,0%) em relação a
2009, assim como o menor valor (R$ 1.607,00).
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