SÃO PAULO - Sites governamentais brasileiros (com terminações "gov.br") sofreram apenas neste ano 714 ataques de pichação, segundo levantamento do site especializado em segurança Zone-H. Isso dá uma média de quatro invasões por dia ou cerca de 28 por semana.
Na madrugada desta sexta-feira (24), o portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sofreu um ataque de pichação. No topo da página na internet estava escrito "IBGE Hackeado – Fail Shell", e uma imagem com um olho representando a bandeira do Brasil.
A maioria das pichações ou "defaces" (alterações de páginas) no Brasil é a sites de prefeituras, conforme os arquivos do Zone-H. Dos 16 portais governamentais atingidos entre os dias 17 e 22 de junho, sete eram de prefeituras e dois de câmaras municipais.
No entanto sites de governos e órgãos estaduais e federais, também, são alvos. Em 17 de fevereiro, por exemplo, o grupo de hackers "Red Eye" invadiu o Blog do Planalto e postou uma mensagem. Ainda de acordo com o Zone-H, no dia 9 de junho, o mesmo grupo "pichou" o site do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O Zone-H é o principal site no mundo que cataloga pichações, segundo o pesquisador Dmitry Bestuzhev, da fabricante de antivírus Kaspersky Labs, em entrevista ao G1 em 2009. "Ele serve como uma espécie de ranking para os hackers, pois mede a quantidade de invasões, os países e a importância. É muito mais interessante para um pichador alterar um site '.gov' do que um '.com'", diz Bestuzhev.
O Zone-H afirma que toda informação contida nos seus arquivos é coletada na internet por meio de fontes públicas ou é notificada diretamente pelo próprio hacker, que não precisa se identificar.
Ataques
Os hackers que invadiram o site do IBGE negaram ter relações com os grupos LulzSec ou Anonymous no Brasil. O LulzSecBrazil é apontado como o responsável pelos ataques que derrubaram sites do governo na madrugada de quarta-feira (22). Foi o maior ataque sofrido pelo governo, com mais de duas bilhões de tentativas de acesso em um curto período de tempo, segundo o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O órgão informou que o ataque não causou danos às informações disponíveis nas páginas e partiu de servidores localizados na Itália.
O canal de comunicação usado pelo LulzsecBrazil foi fechado por volta das 22h desta quinta (23). A decisão foi tomada pelos administradores da rede que, também, hospeda o canal usado pela operação do Lulzsec original.
Um possível indício do surgimento de um grupo de piratas contrários ao LulzSecBrazil é a divulgação de um documento que acusa um hacker de ser líder do movimento brasileiro. Ele seria Al3XG0, um conhecido criminoso digital envolvido com o roubo de senhas bancárias e cartões de crédito e que mantinha um site que pegava informações de brasileiros usando uma falha no site do Ministério do Trabalho. O documento indica também nome, RG e CPF de uma pessoa que, segundo o texto, seria o hacker Al3XG0. Há ainda um link para uma fotografia, supostamente do hacker.
Nenhum comentário:
Postar um comentário