sábado, 18 de junho de 2011

Dispositivo multimídia de Steve Jobs garante diversão por muito tempo

A capacidade da Apple de se reinventar é algo para ser admirado. A empresa saiu do buraco, apresentou computadores e laptops modernos, colocou no mercado e popularizou os tablets, criou um smartphone que é desejado pela maior parte da população e ainda conseguiu reverter um produto que foi um fracasso de vendas para um sucesso instantâneo, como o Apple TV. A primeira geração do aparelho tinha disco rígido interno, era grande, pesado e a falta de conteúdo, entre filmes e séries de tevê, foi a principal reclamação dos usuários à época. O preço (cerca de US$ 200) também não era atrativo.

"As pessoas querem mais praticidade, querem", disse Jobs durante a apresentação da segunda geração do dispositivo. O sucesso foi instantâneo. Quase 50% menor, com saída HDMI e conexão wi-fi, em três meses o aparelho atingiu 1 milhão de unidades vendidas. A falta de conteúdo foi substituído por parcerias com as principais emissoras de televisão e produtoras de filmes dos Estados Unidos, que oferecem o aluguel de programas com preços a partir de US$ 3,99. São mais de 400 mil episódios de séries e desenhos e 150 mil filmes disponíveis. Além disso, o aparelho ainda oferece integração com YouTube e Flickr.

Dois motivos levam a crer que a segunda geração pode chegar ainda este ano no Brasil: o lançamento do Netflix este mês, grande parceira da empresa no Apple TV, e o anúncio de redes varejistas de que o iTunes deve começar a vender conteúdo para os brasileiros já em outubro. Enquanto não vem, o teste feito pelo Informática, com uma conta do iTunes norte-americana, mostra que o aparelho tem tudo para conquistar o público e ser uma alternativa a programação oferecida pelos cinemas e canais de TV.

Para começar, a instalação é muito fácil. Por ser bivolt, basta conectar o cabo de energia na tomada e ligar o HDMI (comprado à parte na loja da Apple) na televisão. Logo depois, começa a parte de configuração. O Apple TV vai localizar a conexão wi-fi e ajustar a linguagem, hora e data, dependendo da região no qual está localizado o aparelho. Caso não haja rede sem fio, é possível conectá-lo por meio de uma entrada ethernet feita por um cabo.

Logo depois, é preciso sincronizar com uma conta do iTunes. Mesmo que não seja configurada uma conta estrangeira do programa, o aparelho vai continuar funcionando para as funções do Flickr e do YouTube, o usuário poderá ainda ver trailers de filmes, mas não será possível alugá-los. Para quem já utiliza algum dispositivo da Apple, seja iPhone, iPad, iPod ou laptops e PC, o melhor a se fazer é compartilhar as bibliotecas de músicas e filmes. Com isso, todo o conteúdo que está em um desses dispositivos pode ser acessado direto na tevê, via wi-fi.

Integração
A interface, que pode ser configurada para o português (brasileiro), lembra a dos dispositivos móveis da marca. Com o controle remoto, que acompanha o produto, o usuário passa por todas as opções de menu, entre filmes, emissoras de tevê e internet. Ao escolher um desses produtos, é possível ver um trecho e depois alugar. Na tela, há a sinopse, o formato do vídeo (se em HD ou SD), além de relacionar com outras produções do mesmo ator, diretor e produtor. O conteúdo, claro, está todo em inglês. Para comprar, basta escolher e digitar a mesma senha utilizada no iTunes. Há ainda a opção de deixar a senha pré-cadastrada e pular essa parte.

A transmissão dos vídeos é feita por streaming, uma espécie de download contínuo %u2014por isso mesmo torna-se imprescindível uma boa velocidade de conexão. Ao comprar um filme ou série, uma mensagem aparece na tela informando em quanto tempo estará disponível o conteúdo. Em média, com uma rede de boa velocidade, é preciso esperar meia hora para começar a assistir. Conectado ao cabo, o tempo diminui consideravelmente. Depois de baixar, o espectador tem até 30 dias para assistir. Ao acionar o play, ele deve terminar de ver o vídeo em 48h.

A integração com iPad, iPhone e iPod é ponto alto do pequeno dispositivo. Por meio da função AirPlay presente nesses dispositivos é possível transmitir direto para a tevê, vídeos (inclusive do YouTube), fotos e música. Com o auxílio do aplicativo Remote, o controle remoto do Apple TV também pode ser descartado, pois, ao abrir o programa, uma interface está pronta para controlar com o dedo todas as funções do aparelho.

Enfim: é leve, discreto e com funcionalidades que vão fazer qualquer televisor virar um cinema. Enquanto não chega por aqui, a programação em inglês pode ajudar a quem quer ter fluência no idioma. O preço (US$ 99) faz compensar ainda mais.

Concorrência
O Apple TV já tem concorrentes à altura. A Western Digital lançou o WD TV Live Hub nos Estados Unidos. A diferença é que o equipamento permite armazenar conteúdo, pois tem um HD interno de 1TB. A conexão também é feita por cabo HDMI 1.4, que permite o tráfego de imagens em 3D. As vendas no Brasil devem começar até o fim do ano.

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