O líder do governo, deputado César Pires, descobriu a fórmula mágica para limpar a imagem da Assembleia Legislativa do Maranhão, após a divulgação pelo Fantástico, de que no estado deputados recebiam até 18 salários por ano. Entrevistado pelo programa global, Pires se recusou a falar sobre o assunto.
Primeiro que o líder do goveno desconhece que o Legislativo do Maranhão pagou 18 salários. Os deputados sempre receberam apenas 13 salários. O restante é ajuda de custo na entrada e saída de cada ano, uma prática comum nos parlamentos brasileiros.
Depois que a Assembleia cortou na própria carne e reduziu as ajudas de custo, ou salário paletó como é mais conhecido. Pires lançou uma proposta imaginando que será seguida por todos os outros parlamentos.
Ele quer acabar com a ajuda para pagamento de plano de saúde a ex-deputados. Mais uma vez desconhecendo o que de fato existe, Pires cita que o pagamento vem desde 2006 e que contempla mais de 40 ex-parlamentares.
Na verdade, só recebem a ajuda quem contribiu com o Fundo de Pensão Parlamentar, quem foi aposentado pelo mesmo instituto da Assembleia, extinto em 2002. De lá pra cá, quem ficou sem mandato não teve mais direito, como será o caso de Pires quando não mais se reeleger.
No Senado Federal, sim, a coisa é escandalosa. Se o suplente assumir por um curto período terá direito a ajuda no plano de saúde ao valor de quase 1o vezes ao concedido no Maranhão.
Na Câmara Federal a ajuda aos ex-deputados permanece, mas a Rede Globo ainda não teve o cuidado de observar. Penalizar os ex-deputados, que nem chegam a 30 é uma saída demagógica e torta.
Se a vontade é moralizar, que César Pires proponha o fim das emendas parlamentares. A maioria dos R$ 2,5 milhões a que tem direito cada deputado não cumpre sua finalidade. Claro que existem os bem intencionados.
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