sábado, 4 de setembro de 2010

Lula diz que quem prega menos gastos quer aumentar imposto e cortar salário


As críticas generalizadas ao governo, por ter inflado os gastos com o intuito de garantir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, foram rebatidas pelo presidente Lula. Para ele, aqueles que pregam o ajuste fiscal ou corte maciço dos gastos da administração pública como solução para os males do país estão, na realidade, “pregando o aumento de impostos e o corte de salários”. O consumo do governo entre abril e junho avançou 2,1%, quase o triplo do verificado no primeiro trimestre do ano (0,8%)

“Toda vez que alguém falar em ajuste fiscal, vocês podem ter a certeza que significa aumentar imposto e reduzir salário. Salário de quem? Da máquina pública, que, muitas vezes, foi acusada de ganhar muito”, afirmou Lula, durante cerimônia de inauguração simultânea de sete câmpus universitários no Rio Grande do Sul.

Na avaliação do presidente, é preciso mudar o discurso, pois o Brasil passou por duas décadas nas quais “só se pensava em ajuste fiscal”, situação que ele acredita ter mudado. “Nós éramos induzidos a entender que o principal de alguém que vai governar uma cidade, um Estado, a União, é você fazer uma contabilidade que, no fim do ano, zere. Você não tem despesa, você não fez nada, mas você não tem dívida. É isso que algumas pessoas gostam”, disse.

Para reforçar que não está dando a mínima às críticas dos analistas, no início da semana, o governo enviou ao Congresso Nacional o projeto de Orçamento para 2011, todo preparado para que o futuro presidente — muito provavelmente, a petista Dilma Rousseff — mantenha o pé no acelerador dos gastos. Somente para obras de infraestrutura, foi previsto um volume de recursos quatro vezes maior do que o programado para o primeiro ano de mandato de Lula, em 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário