O Congresso Nacional promulgou nesta quinta a Proposta de Emenda Constitucional 457/05, conhecida como "PEC da Bengala" |
O Congresso
Nacional promulgou nesta quinta-feira (7) a Proposta de Emenda Constitucional
457/05, conhecida como "PEC da
Bengala", que eleva de 70 para 75 anos a idade para a
aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores e do TCU
(Tribunal de Contas da União). Estima-se que a medida evitará, nos próximos
anos, o afastamento de pelo menos 20 ministros, entre eles, cinco ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal).
A PEC foi aprovada na Câmara dos Deputados na
última terça (5). Como já havia sido aprovada pelo Senado, ela seguiu
diretamente para a promulgação, pois, por ser uma PEC, não precisa da sanção
presidencial. A cerimônia de promulgação foi comandada pelo presidente do
Congresso Nacional e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e contou com a
presença dos presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do
STF, Ricardo Lewandowski.
Renan disse que promulgação da PEC da Bengala
não teve motivações políticas. "Os profetas não saberiam o nome do
presidente da República de 2015 em função da dinâmica do processo
político-legislativo (...) A própria reforma política tramita nas duas Casas do
Congresso Nacional há doze anos. Se for aprovado qualquer item, não falta quem
ache que se trate de algo contra alguém", afirmou durante discurso.
A declaração foi entendida como uma resposta
ao Palácio do Planalto, que era contra a medida.
O senador aproveitou para alfinetar novamente
o governo, desta vez, criticando a proposta de ajuste fiscal. "A
aposentadoria compulsória aos 70 anos ficou anacrônica e ela própria está sendo
aposentada. Além de evitar o desperdiçar de cérebros, a proposta implica em uma
economia estimada de R$ 20 bilhões em cinco anos. Enquanto o Executivo castiga
trabalhadores em busca de R$ 18 bilhões [valor aproximado da economia com o
ajuste], o Congresso dá sua contribuição ao ajuste impropriamente denominado de
fiscal".
Dilma "perde" indicações
Desde que assumiu a Presidência, Dilma Rousseff
(PT) já indicou cinco ministros, entre eles o advogado Luiz Edson Fachin, que
ainda precisa ser submetido à sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça) do Senado para ter sua indicação aprovada. O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) indicou oito, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) indicou três. Agora, a presidente petista só poderá fazer novas
indicações ao STF se algum ministro ou ministra deixar o cargo por vontade
própria antes dos 75 anos.
Os ministros Marco Aurélio Mello e
Celso de Mello se manifestaram a favor da PEC, mas pediram
que a nova regra para a aposentadoria compulsória seja ampliada para servidores
do Poder Legislativo e Executivo.
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