Os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 5,851
bilhões no mês de abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco
Central (BC). Apesar de ainda ser uma marca significativa, já que é a maior
para o mês em 20 anos, o volume de recursos que saiu da caderneta no mês
passado foi menor do que o de março.
Na ocasião, R$ 11,438 bilhões deixaram
a aplicação, a maior quantidade de saques vista em um mês desde que o BC
começou a compilar os dados atuais, em 1995. O pior mês de abril até então
destes últimos 20 anos havia sido registrado em 2003, quando os resgates
superaram as aplicações em R$ 2,196 bilhões.
Com o resultado de abril, o saldo total
da poupança ficou em R$ 648,309 bilhões, já incluindo os rendimentos do
período, no valor de R$ 3,869 bilhões. Os depósitos na caderneta somaram R$
150,510 bilhões no mês passado, enquanto as retiradas foram de R$ 156,361
bilhões. No acumulado do ano até abril, o resultado está negativo em R$ 29,082
bilhões.
A situação de abril só não foi pior
porque, no último dia do mês, a quantidade de aplicações foi R$ 3,529 bilhões
superior às retiradas. Até o dia 29, o saldo da caderneta estava no vermelho em
R$ 9,379 bilhões. É comum haver um aumento dos depósitos no último dia de cada
mês por causa de aplicações automáticas e de sobras de salários.
O que tem ocorrido nos últimos meses,
no entanto, é que essa sobra tem sido cada vez menor. Além disso, com o atual
ciclo de alta dos juros básicos e do dólar tornando outros investimentos mais
atrativos, a caderneta de poupança perde o brilho. Até porque há três anos a
forma de remuneração da aplicação mudou. Pela regra de maio de 2012, sempre que
a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, o
rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a
taxa básica está em 13,25% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano
passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais a TR.
Fonte: ISTOÉ
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