CAMPANA (Argentina) - Agora é pra valer! Depois de cinco vitórias, duas derrotas e um empate nos oito amistosos que teve em 11 meses de trabalho, Mano Menezes faz sua estreia em competições oficiais pela Seleção Brasileira neste domingo, às 16h (de Brasília), contra a Venezuela, em La Plata, na Argentina. A Copa América é o primeiro grande teste do treinador no comando do time verde e amarelo. E esse desafio oficial pode dar o tom da caminhada rumo à Copa do Mundo de 2014.
O Brasil busca o inédito tricampeonato. E ao contrário das duas últimas edições, em que foi campeão, mas com uma seleção cheia de reservas, desembarca na Argentina com força máxima. Em um trabalho de renovação, Mano Menezes aposta em jovens como Neymar, Ganso e Alexandre Pato, todos com idade olímpica ainda. Do outro lado, uma Argentina mordida pelos últimos fracassos e cheia de estrelas como Messi, Tevez e Agüero.
- Não tenho me sentido nem mais nem menos pressionado do que me sentia com a responsabilidade de ser técnico de nações proporcionalmente diferentes, como a nação do Tricolor gaúcho, o Grêmio, e a República Popular do Corinthians. Todos sentem que o técnico tem toda a responsabilidade e passam essa pressão por causa dos resultados. É inerente aos nossos cargos – declarou o técnico do Brasil.
É fato, porém, que o trabalho na Copa América pode influenciar diretamente no projeto para 2014. Especialmente porque a aposta de Mano Menezes é justamente em um grupo jovem, capaz de chegar com experiência em 2014. E as estrelas nesse caso são Paulo Henrique Ganso e Neymar, apoiados também em Robinho, Daniel Alves e Alexandre Pato e nos experientes Julio César e Lúcio.
Antes da Copa do Mundo do ano passado, na África do Sul, houve uma comoção nacional por Ganso e Neymar na Seleção Brasileira. Mas Dunga não atendeu ao apelo e manteve os dois fora da sua convocação. Um ano e um dia depois da eliminação para a Holanda, os dois garotos santistas concentram a maioria dos holofotes que cercam a equipe canarinho. Mas eles evitam falar do sucesso individual e destacam o grupo.
- Não sou o centro das atenções, sou apenas mais um querendo ajudar a Seleção Brasileira e querendo começar uma história nela. A minha função é deixar os atacantes na cara do gol – declarou Ganso, o camisa 10 do Brasil.
O confronto entre Brasil e Venezuela será transmitido ao vivo pela TV Globo, Sportv e GLOBOESPORTE.COM, que também acompanha a partida em tempo real.
O novo Brasil e a esquecida Venezuela
Mano Menezes teve 13 dias para preparar a Seleção Brasileira para a Copa América. Pouco tempo, é verdade. E até por isso, o treinador resolveu apostar no esquema da melhor apresentação do time sob o seu comando: o 4-3-3 da estreia contra os Estados Unidos, em agosto de 2010, em Nova Jérsei. Vitória por 2 a 0.
Do time que entrou em campo naquela ocasião, apenas duas mudanças para o jogo deste domingo, contra a Venezuela. Saiu o goleiro Victor para a entrada de Julio César e o zagueiro David Luiz para a chegada de Lúcio. Os dois preteridos, no entanto, seguem no grupo comandando por Mano Menezes e estão na Argentina.
A principal força dessa Seleção Brasileira, no entanto, é o ataque. Com Paulo Henrique Ganso na criação, o técnico verde e amarelo aposta na ousadia e na alegria de Neymar, que tem como companheiros Robinho e Alexandre Pato. É o novo quarteto mágico do Brasil, a aposta de Mano em busca do futebol bonito.
- Quero o que eles têm de melhor. E cabe a mim encontrar a maneira de posicioná-los em campo para que se tenha o melhor. A diferença é que na Seleção todos têm a pretensão de ser o melhor e a maioria é realmente melhor. Você tem mais repartida a questão da responsabilidade. Isso é vantagem – analisou o técnico.
Venezuela tem dúvidas para montar o ataque
Mano e os jogadores da Seleção Brasileira não acham que vão ter vida fácil na estreia diante dos venezuelanos. Mas tal pensamento faz sentido ao observar o elenco dos rivais deste domingo. Dos 23 convocados pelo técnico César Farias para a Copa América, sete atuam na Europa. Destaques para o meia Juan Arango, do Borussia M'gladbach, da Alemanha, e para os atacantes Nicolás Fedor, do Getafe, e Salomón Rondón, do Málaga.
Para a partida diante dos brasileiros, Farias tem duas dúvidas para montar o time. E as alternativas são justamente no ataque. O comandante tem quatro opções para duas vagas no ataque venezuelano. Fedor, Rondón, Maldonado e Arango disputam posição para o confronto de estreia, em La Plata, que fica a 60 km da capital Buenos Aires.
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